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domingo, 25 de setembro de 2011

Ma vi en Rose

http://www.youtube.com/watch?v=D5IEZFA4Pzs




Abaixo dafoto, é possível clicar e assistir ao trailer de "Minha vida em Cor-de-rosa" (tradução).
O filme conta a história de uma família que enfrenta problemas com filho mais novo, Ludovic, que se auto-intitula um menino-menina. Ludovic tem sete anos e ora conclui que é menina, ora que é menino. Uma de suas explicações, embora em parte fantasiosa, tem um fundo científico, o que é inclusive usado como argumento por ele mesmo: Deus deveria ter-lhe dado dois (cromossomos) X, ao invés de um (cromossomo) X e um (cromossomo) Y. No momento em que Deus “jogou” seus cromossomos, um X foi parar no lixo e fez com que ele nascesse assim.
           
            É comum falarmos em sexualidade apenas no contexto do sexo biológico. Como nos explica Ludovic, homens são heterozigóticos (XY) e, mulheres, homozigóticas (XX). O que quase nunca é explicado é a diferença em feminino e masculino. Ao contrário do sexo,  características femininas e masculinas não são naturais, mas construções histórico-sociais. Acontece que existem papéis sexuais que são reforçados diariamente e que acabam sendo naturalizados, ou seja, tratadas como naturais da mesma forma que o sexo. Mas ninguém nasce sabendo como ser mulher ou homem. Isso fica bem claro nas atitudes de Ludovic, que tem que se esforçar para ser menino, quando o que parece normal para ele é, por exemplo, vestir-se como menina.
           
            A discussão não está focada na sexualidade de Ludovic, ao contrário do que poderia se esperar, e isso é o mais fantástico no filme. Se ele vai, posteriormente, interessar-se por homens ou mulheres, é uma questão que permanece em aberto no final do filme. O fato central é, então, a dificuldade dele para compreender os papéis sexuais, que incluem a postura, linguajar, roupas e brincadeiras de meninos. Essa dificuldade é comum a muitas crianças, em diferentes níveis, porque elas estão a menos tempo que nós, adultos, “aprendendo” esses pápeis.

sábado, 17 de setembro de 2011

E São Paulo continua linda....

Quem precisa de New York quando se tem, aqui pertinho, no Brasil, tudo acontecendo?
Teatro, música, gastronomia, festas, lojas, arquitetura, moda, parques, pessoas e mais pessoas.
Milhares e milhões de pessoas que fazem a cidade vibrar, que fazem a gente vibrar. Pra mim, não tem coisa pior que uma cidade sem vida, sem possibilidades!!
Tem gente que reclama, mas São Paulo é incrível.É tudo uma questão de adaptação, e o resultado são inúmeras oportunidades e experiências numa cidade cosmopolita e original e, ao mesmo tempo, mais brasileira, é impossível.



domingo, 10 de julho de 2011

Demora....

Mas a gente aprende.

Na quarta feira um professor falou que o que falta é organização do tempo, porque tempo, mesmo, a gente nunca tem. Essa colocação coube perfeitamente para o meu dia, dia em que percebi que alguma coisa vem mudando: percebi que ao fazer as coisas com calma e antecipadamente torna tudo mais simples. E o resultado é melhor.
Eu concordo plenamente com a parte da organização. Nós, alunos, temos o péssimo hábito de deixar tudo pra última hora. Mas penso que só não tem tempo quem não consegue se organizar. Ao fazer o que tem que ser feito por etapas, e não de uma só vez quando o prazo se aproxima, sobra tempo.
De maneira desorganizada, até se tem um puoco de tempo, mas é um tempo não integralmente aproveitado, pois as tarefas estão lá nos esperando. Quando antecipamos o que tem que ser feito, sobra um tempo que é livre, desimpedido, e está à nossa disposição total para fazermos o que nos dá vontade: sem obrigação, sem relógio, sem hora pra voltar.

  

quinta-feira, 24 de março de 2011

Eduardo Marinho - artista de contestação social

Assisti ao vídeo em que Eduardo faz uma síntese de seus pensamentos em apenas 10 minutos.
(http://www.youtube.com/watch?v=NMn_1rQ3sms)

Depois disso, ficou claro pra mim que ele devia ter muito, mas muito mais a dizer, e que eu precisava ter contato com isso. No vídeo, ele cita o seu blog ( www.observareabsorver.blogspot.com ) que vale a pena conferir.

É tanta denúncia, reflexões, novas maneiras de encarar a vida, valores, e arte. Arte é o seu jeito de sustentar-se, após decidir que não dava mais para pedir comida, ele resolveu escolher o que comer.

Ele foi alguém que fazia parte da minoriazinha (como ele mesmo chama) e optou por sair dessa prisão, e ser parte do resto, onde há solidariedade, e não o desejo de acumular mais e mais bens materiais, junto ao pensamento de ajudar unicamente o seu grupo, e que se danem o resto.

terça-feira, 1 de março de 2011

Irmãos

 Desde pequena, sempre achei esse cara incrível.

L.F Veríssimo, O Analista de Bagé. pg 19-22.

_ De vez em quando eu penso neles…
_ Quem?
_ Nos espermatozóides…
_ De vez em quando você pensa em seus espermatozóides?
_ No meus, não. Nos do meu pai.
_ Você está bêbado.
_ Na noite em que fui concebido…suponho que tenha sido uma noite… eu era um entre milhões de espermatozóides. Mas só eu cheguei ao óvulo da mamãe. Ou seria bilhões?
_ Acho que é óvulo mesmo.
_ Não. Os espermatozóides. São milhões ou bilhões?
_ Ahn…Não sei.
_ Não importa. Milhões, bilhões. Só eu me criei, entende? Por acaso. Isso é mais assombroso. A gratuidade da coisa. Havia milhões, bilhões de espermatozóides junto comigo e só eu, entende?, só eu fecundei o óvulo. Não é assombroso?
_ É.
_ Você acha mesmo?
_ Acho.
_ Podia ser qualquer um, mas fui eu. Por acaso.
_ Amendoim?
_ Hein? Obrigado. Agora, me diga. Por que eu? A gratuidade da coisa. Só eu fecundei o óvulo, virei feto, nasci, me criei e estou aqui, neste bar, de gravata, bebendo. Agora me diga, o que é isso?
_ É como você diz. A gratuidade da coisa.
_ Não, não. Isso que estou bebendo.
_ É, ahn, uísque.
_ Uísque. Pois então. Aí está.
_ Ó Moacyr, vê outro aqui. O rapaz está precisando.
_ Um brinde!
_ Um brinde.
_ A eles!
_ Quem?
_ Aos espermatozóides que não chegaram ao óvulo da mamãe. Aos companheiros. Aos bravos que cumpriram sua missão e não vieram para comemorar. Aos que perderam a viagem. Aos meus irmãos!
_ Aos meus irmãos!
_ Meus irmãos. Você não estava lá.
_ Aos seus irmãos!
_ Aos milhões, bilhões que se sacrificaram para que eu pudesse viver.
_ Salve.
_ Agora me diga uma coisa.
_ Duas. Digo duas.
_ Cada espermatozóide é uma pessoa diferente, certo? Quer dizer. Em outras palavras. Se outro espermatozóide tivesse completado a viagem, não seria eu aqui. Ou seria?
_ Depende.
_ Não seria. Seria outra pessoa. Outro nariz, outras idéias. Talvez até torcesse pelo América. Uma mulher! Podia ser uma mulher. Certo?
_ Não vamos exagerar…
_ Então, imagina o seguinte. Pense bem. Amendoim.
_ Amendoim. Estou pensando nele. Amendoim.
_ Não. Me passe o amendoim e pense no seguinte. Se entre os espermatozóides que me acompanharam, e que não chegara ao óvulo, estava o cara que ia descobrir a cura do câncer? Hein? Hein?
_ Certo.
_ Mas, em vez dele, eu é que cheguei. Por acaso. Ou podia ser uma mulher. Uma soprano de fama internacional. Em vez disso, deu eu. Veja a minha responsabilidade.
_ Acho que você está sendo radical.
_ Não. Imagine se em vez do espermatozóide que se transformou no Jânio Quadros, tivesse dado outro. A história do Brasil seria completamente diferente! É ou não é?
_ Mais ou menos.
_ Pois então. Eu me sinto culpado, entende? Acho que eu devia, sei lá. Ter feito mais da minha vida. Em honra a eles. Eu estou representando milhões, bilhões de espermatozóides, cada um uma pessoa em potencial. E o que é que eu fiz da minha vida?
_ E se fosse um bandido?
_ Como?
_ Se, em vez de você, o espermatozóide que tivesse dado certo fosse um assassino, um mau-caráter. Não quero falar dos espermatozóides do seu pai, mas num grupo de milhões sempre tem uma ovelha estragada. Uma maça negra. Estatisticamente.
_ Você acha mesmo?
_ Acho.
_ Sei lá.
_ E outra coisa. O que passou, passou. Não pense mais nisso.
_ Mas eu penso. De vez em quando eu penso. Os meus irmãos que não nasceram. Que nomes eles teriam? Eduardo, Gilson, Amaury, Jéssica…
_ Marco Antônio…
_ Marco Antônio… Imagine, um deles podia ser o ponta-direita que o Brasil precisava em 74. Eu me sinto culpado. Você não se sente culpado?
_ Bom, eu tenho 11 irmãos.
_ Aí é diferente.
_ Por quê?
_ Não sei. Só sei que entre milhões, bilhões de espermatozóides, todos com os mesmos direitos, só eu me criei. Por acaso. Agora me diga, o que é isso?
_ É uísque.
_ Não. É a gratuidade da coisa.
_ Não sei…
_ Você está bêbado.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pra que seja bom enquanto durar...

Não deve haver casamento. Não deve haver "morar junto". Não deve haver monogamia(?). Tudo bem, quanto à monogamia ainda me restam dúvidas. Sei que, se houver uma terceira pessoa, que ela exista sutilmente, "o que os olhos não vêem..."

Deve haver intimidade, troca de olhares; que dizem mais que palavras em voz alta; deve haver o novo, a empolgação (quase) igual àquela do começo da relação. Não importa se você é hétero, gay, lésbica, baixinho, gordinha, verde ou roxo, importa que seres humanos precisam disso. Não precisam de rotina, do comum e do normal. Relacionamentos perfeitos usam uma máscara para esconder sua tristeza e infelicidade.

Deve haver fogo e paixão, como já dizia o Wando (oh, my!)... já pensou naqueles casais que se tratam como pai e mãe? Dá pra se imaginar com o nosso pai? Ou com a nossa mãe? Pra mim, esse é um hábito sinistro...tenho medo dessas pessoas. E pena também...

Por falar em pena...tenho pena de quem só tem o casamento como opção. Casamentos são algo tão ultrapassados, e que ao longo da história nos foi imposto por uma instituição que se diz santa, mas que foi uma das mais ricas que já houveram. Ah, daí a mocinha engravida. Tá, e queco? Tem que casar por isso? Como se um papel fosse segurar o casal. Tudo bem, vai dar um trabalhinho divorciar-se e tudo o mais, mas é apenas isso que garante que há uma relação: o papel e as alianças. Por que sem isso, eles são completos estranhos quando se olham.

Ok. Vou encerrar repetindo algo que já disse antes: as aparências enganam; nem tudo é (e quase nunca é) o que parece. Hoje assisti ao filme "Beleza Americana", que por sinal é incrível, e encontrei nele vários exemplos para o que eu quero dizer.
Aquilo que realmente me importa, o que eu sinto profunda e intensamente dentro de mim, não é fácil de  expressar ou exibir para o mundo. Aliás, algo tão pessoal e precioso não merece que isso seja feito.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A seta e o alvo - Paulinho Moska

 Faço das palavras de Paulinho Moska as minhas para esse post (grifos meus).
 
 Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Conversa cotidiana entre mãe e filha ao celular



Já eram 4:30 da tarde quando meu celular tocou:


- Oi, filha!
- Oi, mãe!
- Filha, que horas fosse dormir ontem?
- Han?
- É, tu nao trabalha até uma da manhã?
- Sim, e daí?
- É que eu nao queria te acordar...
- Mãe, eu te liguei às 11:30, lembra?
- Claro!
- Então, mãe...
- Tá! Estamos chegando em floripa pra buscar tua irmã! E queríamos te ver..
- Ah, olha só, chegando no sul da ilha cuida para...
- Pera aí!! Vou por no viva-voz pro teu pai ouvir!
 - Não precisa!! É simples, presta atenção e depois tu repera para...
- Flavio, ela vai falar uma coisa importante!
- Mãe, é só porque esse horário costuma ter trânsito!
- Ahh...isso.
- Eu levei duas horas pra voltar do aeroporto um dia, por isso acho que não vai dar tempo..
 - Ela disse que não tem tempo... Teu pai quer saber se tu não come antes de trabalhar!
- O quê? Mãe, me escuta direito, por favor! Claro que eu como, mas acho q não vai dar pra comer com vocês!
- Tá...eu não entendo. Uma vez, eu fui e voltei do aeroporto em 30 minutos.
- (É, inverno, verão, é tudo igual aqui na ilha) Mãezinha,é só porque eu acho que quando vocês voltarem eu já estarei trabalhando.
- Ela tem q trabalhar e não vai poder. Marcella, não fala que vai ter trânsito, a gente acabou de pegar uma hora de fila na estrada.
- Ok...Tomara que não peguem fila..
- Tá, depois te ligo de novo para combinarmos como a gente se encontra.
- Tudo bem. Beijos, mãe...


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

“Seria o Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) homofóbico?”

E também não é para menos. Quem assistiu a alguns vídeos do político entende o porquê: suas falas estão sempre recheadas de polêmica. Trago aqui dois exemplos com relação à opinião do homem sobre homossexualidade.
O Deputado Federal Jair Messias Bolsonaro nasceu em 21 de março de 1955, e atualmente cumpre sua quinta legislatura na Câmara dos Deputados do Brasil. Ficou conhecido por suas ideias de cunho nacionalista, conservador, e pautadas por críticas ao comunismo e aos políticos de esquerda. A polêmica faz parte de sua carreira desde o começo, quando se tornou o único parlamentar brasileiro a defender o regime militar instalado na década de 60 (no sentido de que este foi necessário para impedir a implantação de um regime comunista totalitário ao estilo soviético).

O primeiro vídeo é de um debate no programa “Participação Popular”, na TV Câmara[1], cujo objetivo era discutir justamente o projeto de lei que proíbe punições corporais. Bolsonaro defendeu o uso de pequenas agressões físicas aos filhos para corrigir determinados comportamentos dos menores. Por exemplo, diz ele, se o seu filho tem um jeito de “gayzinho”, ele precisa é de alguma correção – umas palmadas ou até mesmo uma surra –, para que “aprenda” a não ser assim. A ABGLT ( Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) já começou a se manifestar. A associação entrou com um pedido no Partido Progressista (PP) para que abra um processo disciplinar contra o deputado, e afirma que ele deve ser investigado pelo conselho de ética da partido. Primeiro, é completo absurdo falar que crianças devem levar “um couro” – isso não é disciplina, é violência -, segundo, todaos nós sabemos que não se pode mudar algo que não é uma escolha. O caminho seguido pelos simpatizantes desta atitude é tornar seus filhos infelizes pois disfarçar, sim, é possível, mudar o que se é, não.

O segundo é um pronunciamento[2] indignado contra as cartilhas de combate à homofobia que (a princípio) serão distribuídas a partir deste ano nas escolas. Bolsonaro critica o conteúdo dessas cartilhas, assim como a simples menção acerca de homossexualidade dentro da escola (na verdade, o deputado utiliza o termo “homossexualismo”, já ultrapassado e muito equivocado).  Dessa vez, ele não se restringe aos gays, mas declara-se revoltado com as cenas de um beijo lésbico. Pura perversão! É também um absurdo que crianças vejam cenas nas quais um menino decide viram menina. Por quê? Serão influenciadas? Ninguém está pretendendo fazer uma lavagem cerebral nos estudantes e transformá-los em homossexuais. Penso que nenhum vídeo ou cartilha deve ser exposto sem o devido debate, para que não haja doutrinação, e sim, discussão. Recebi esse vídeo por e-mail, com a seguinte pergunta do remetente: “Seria Bolsonaro homofóbico?”. Em seguida, várias pessoas manifestaram-se contra a opinião do deputado. Infelizmente, a realidade do Brasil é justamente essa. Escolas homofóbicas, pais homofóbicos e principalmente coleguinhas das crianças ditas “diferentes” extremamente homofóbicos. Dizer que essa cartilha não só é desnecessária, como uma ofensa, é pura ignorância ou hipocrisia de Bolsonaro.